3º. Domingo do Tempo Comum – Ano C
3º. Domingo Comum C, 2019
           Estando num lugar mais alto, ele abriu o livro à vista de todo o povo.
E, quando o abriu, todo o povo ficou de pé.
E leram clara e distintamente o livro da Lei de Deus e explicaram seu sentido,
de maneira que se pudesse compreender a leitura. – Cf. Nee 8,5.8.
A beleza e o respeito da comunidade do sacerdote Esdras pela Palavra de Deus é cativante: eles tinham a convicção de que o próprio Deus lhes falava! O zelo pelo livro da Palavra de Deus e pela sua proclamação testemunhava a fé e conduzia a vida daquela comunidade. Que solenidade, que respeito, que cuidado dos leitores na proclamação da Palavra e na atitude de atenção de todo o povo que a escutava.
O mesmo respeito, o mesmo zelo, o mesmo cuidado Jesus teve na sua comunidade em Nazaré. Entre os vários ministérios da comunidade, Jesus serviu a liturgia que sua comunidade celebrava preparando-se bem para fazer a leitura. E mais, Jesus teve uma intimidade tão grande com a Palavra de Deus ao ponto de assumir esta Palavra como projeto para a sua vida, e por isso disse: hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir (Lc 4,21).
Dos escritos sobre a fé de São João Damasceno (século VIII) nós aprendemos: a alma regada pela Sagrada Escritura cresce e traz o fruto ao seu tempo. Pelas Santas Escrituras somos conduzidos para cumprir ações virtuosas e para a pura contemplação.
A Palavra de Deus, as Sagradas Escrituras, os setenta e três livros da BÃblia nos ajudam na tomada de consciência da nossa pertença à comunidade, da nossa corresponsabilidade junto aos irmãos e irmãs, da nossa unidade ao Corpo de Cristo que é a Igreja (cf. 1Cor 12,14.27). A Palavra de Deus transforma a nossa vida, transforma a nossa comunidade e a nossa sociedade. A Palavra de Deus nos compromete a vivermos como irmãos.
Padre Zezinho numa de suas canções diz assim: a Palavra do Senhor quando chegou desinstalou meu coração. Ao chegar, desafiou-me a exigir uma resposta de sim ou não. É fácil dizer sim, é fácil dizer não, mas dói depois do sim e dói depois do não. A Palavra do Senhor, depois que ela passou nada mais será do jeito que já foi.
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Pe. Celmo Suchek de Lima
24 de janeiro de 2019