Paróquia de Santo Antônio

Celebrações › 15/02/2019

6º. Domingo do Tempo Comum – Ano C

6º. Domingo Comum C, 2019

Deve-se lamentar mais a atitude do que age mal,

do que a situação daquela que tem que sofrer por causa do malvado,

porque ao injusto sua malícia termina no castigo;

porém, ao justo sua paciência o leva para a glória.

São Leão Magno, do sermão sobre as bem-aventuranças

            A Palavra de Deus direciona o nosso caminhar no seguimento de Jesus Cristo. Diz a canção: pela Palavra de Deus saberemos por onde andar. Ela é luz e verdade: precisamos acreditar.

            A Palavra de Deus proclamada há pouco denuncia uma realidade e nos motiva à esperança enraizada na fidelidade ao projeto de Deus. A denúncia nos faz “pesar a consciência”: Deus quer um mundo feliz para todos os seus filhos e filhas. A sociedade em que vivemos corresponde ao projeto do Pai? (cf. Pagola, in Grupos de Jesus)

            Na lógica daquilo que é considerada pela cultura predominante como força humana parecem irônicas as palavras de Jesus quando diz as bem-aventuranças. Na expectativa da compreensão humana parece absurdo o que Jesus propõe como sinônimo de felicidade. No desejo humano a pregação de Jesus naquela planície parece-nos um discurso utópico.

            Da Palavra de Jesus surge a esperança para aqueles que se decidem viver a fidelidade no projeto de Deus: tenhamos paciência diante do sofrimento, a atitude de confiança no Senhor nos dará vida e vida em abundância. Essa é a promessa do Senhor proclamada na Palavra que acabamos de ouvir.

            As bem-aventuranças recolhidas por Lucas não são atitudes a serem assumidas. Jesus não quer pessoas tristes e nem sofridas. As bem-aventuranças recolhidas por Lucas são situações sociológicas bem reais ao tempo de Jesus e que nada diferem da nossa realidade. Elas são frutos de uma noite de oração no alto da montanha. As bem-aventuranças recolhidas por Lucas são os gritos de Jesus que viveu a realidade junto do povo:

            – uma realidade de empobrecimento, de migração e de falta de moradia.

            – uma realidade de fome e desnutrição.

            – uma realidade de sentimento de raiva e impotência diante da cultura de mentiras e corrupção, e do excesso de impostos que levava tudo o que o povo produzia.

            E Jesus gritava. E a força do grito de Jesus não nascia da potência dos microfones nos palanques e nas igrejas. Sequer ainda do poder provindo do dinheiro. E muito menos da divulgação via redes sociais. A força do grito de Jesus nasceu da coerência dele mesmo viver a Palavra que anunciava: a Palavra de vida e vida em abundância.

            Pergunte prá você mesmo:

E a nossa força, nasce de onde ou de que?

Em quem confiamos?

E em quem depositamos a nossa esperança?

            Rezemos juntos:

Eu creio em ti, Senhor,

a quem o pequeno é grande;

a quem o último é primeiro;

a quem o injustiçado é preferido;

e a quem o insignificante aos olhos do mundo significa muito para ti.

Livra-me, Senhor, da hipocrisia

e fazei de mim instrumento de tua paz.

Onde houver ódio, que eu leve o amor.

Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.

Onde houver discórdia, que eu leve a união.

Onde houver dúvida, que eu leve a fé.

Onde houver erro, que eu leve a verdade.

Onde houver desespero, que eu leve a esperança.

Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.

Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre, fazei que eu procure mais consolar do que ser consolado.

Compreender do que ser compreendido.

Amar que ser amado.

Pois, é dando que se recebe.

É perdoando que se é perdoado.

E morrendo que se vive para a vida eterna.

Pe. Celmo Suchek de Lima

15 de fevereiro de 2019

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