Missa da Ceia do Senhor e lava-pés
Paróquia Santo Antônio da Lapa
Diocese de São José dos Pinhais
Missa da Ceia do Senhor e lava-pés – 18 de abril de 2019
Pe. Celmo Suchek de Lima
Que poderei retribuir ao Senhor Deus por tudo aquilo que ele fez em meu favor? O próprio Senhor Jesus nos responde: dei-vos o exemplo para que, como eu vos fiz, assim façais também vós (Jo 13,15). São Paulo recorda as palavras do Senhor: fazei-o em memória de mim (1Cor 11,25). Fazer assim como o Senhor Jesus o fez, fazer em memória da morte do Senhor Jesus. É o ensinamento desta celebração.
Mas não basta apenas comer e beber do Corpo e do Sangue do Senhor. É necessário seguir o Senhor na continuidade de seus gestos: Jesus levantou-se da mesa, depôs as suas vestes e, pegando duma toalha, cingiu-se com ela. Em seguida, deitou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los com a toalha com que estava cingido (Jo 13,4-5). O serviço do antigo lava-pés foi, sempre, mais do que uma purificação, também cura. Como as pessoas andavam normalmente sem sandálias, era muito comum machucar os pés. O escravo examinava os pés, para ver se havia feridas, e estas eram tratadas com óleo para que sarassem. Em sua morte de cruz, Jesus toca em nossas feridas. (…) Com o lava-pés, João interpreta a morte de Jesus sobretudo com um ato de purificação e cura. Além de ver nele a consumação do amor (Grün, Anselm in Jesus porta para a vida: o Evangelho de João, p. 114-115, 2002).
Daqui a pouco os MAC – ministros auxiliares da comunidade – da Matriz-Santuário renovarão o compromisso de fazerem-se servidores da comunidade indo ao encontro dos idosos, dos enfermos, dos encarcerados, dos que se excluem ou são excluídos da dignidade de vida humana. Enfim, os MAC testemunharão o amor que todos nós recebemos do Senhor Jesus. Ensina-nos o monge beneditino Anselm Grün: quem se sente amado sente-se também limpo e puro. (…) Devemos tocar nas feridas do outro. Quem toca na ferida purulenta do outro, suja as mãos. É necessário que o toque seja amoroso e carinhoso, um tratamento com o lenimento de amor, para que as feridas possam sarar (idem). Caros MAC, façam assim como o Senhor Jesus o fez, realizem tudo em memória do Senhor Jesus. Não tenham medo de sujar as mãos com os irmãos.
Queridos catecúmenos, depois de um tempo de convivência e instrução catequética, vocês se inscreveram para o tempo do catecumenato pedindo a fé da Igreja para ganharem a vida eterna. Passado o tempo da eleição, aprovados nos escrutínios, administradas as bênçãos para o fortalecimento na caminhada de fé, e amadurecidos por um oportuno retiro espiritual, vocês celebram conosco, os já iniciados, a celebração do mistério pascal de Cristo. Somos todos discípulos do Senhor Jesus. Jesus pede aos seus discípulos um novo comportamento. Ele quer criar uma comunidade de amigos que prestem uns aos outros o serviço do lava-pés. Ele quer uma comunidade de irmãos e irmãs que se aceitem e amem incondicionalmente, para que todos se sintam limpos e puros nessa comunidade, como se estivessem saindo de um banho completo: refrescados, perfumados, conscientes de sua beleza, exalando um cheiro agradável (idem).
Enfim, pedimos ao Senhor que possamos por mistério tão excelso, chegar à plenitude da caridade e da vida (cf. oração do dia), comungando do Corpo e do Sangue e colocando-nos ao serviço uns dos outros, serviço que purifica, que liberta e que cura. Amém.