5º. Domingo da Quaresma – Ano C
Paróquia Santo Antônio da Lapa
Diocese de São José dos Pinhais
5º. Domingo da Quaresma C, 06 e 07 de abril de 2019
Pe. Celmo Suchek de Lima
Quando a mulher é acusada Jesus se inclina;
e se levanta quando desaparece o acusador,
e isto porque não quer condenar a ninguém
mas salvar a todos.
Santo Ambrósio, in Carta 26 – séc. IV
A salvação da pessoa humana para a vida em Deus é uma realidade de acento maior que o conflito entre o que é certo e o que é errado. A salvação é graça de Deus. Os critérios de julgamento do que é certo ou errado, quando desorientados do viés da misericórdia, tornam-se fundamentalistas, intolerantes, excludentes…
Depois de trilhar estes domingos da quaresma nasce no meu coração uma pergunta:
O quanto de misericórdia eu acolhi junto da comunidade neste processo de convertei-vos e crede no Evangelho assumido desde a quarta-feira de Cinzas?
Acredito que medida de misericórdia que uso para com a outra pessoa é a balança que utilizo para comigo. Isso aprendemos de Jesus no Evangelho. Aqueles acusadores da mulher surpreendida em adultério quiseram fazer o mau uso da Lei de Deus e das normas de conduta de seu tempo. Um mau uso em benefício próprio. Queriam colocar Jesus “em apuro” diante da Lei e do povo utilizando-se da má conduta de apenas uma pessoa que errou. Interessante: onde estava o cúmplice do adultério? Por qual motivo não foi apresentado junto daquela mulher? Pensa nas nossas leis, nos nossos critérios, na nossa “justiça”.
A atitude de misericórdia de Jesus não é um mero “esqueça o que passou”. A atitude de misericórdia cristã gera um compromisso do vai e não tornes a pecar. Comenta Santo Agostinho (in Tratado sobre o Evangelho de São João 33): o Senhor Jesus imediatamente deu sentença de condenação, mas contra o pecado, não contra o homem (a mulher, a pessoa humana): vai e não tornes a pecar!
Neste último domingo da quaresma peçamos que em cada um de nós – incontáveis vezes adúlteros, outras vezes injustos diante da misericórdia do Senhor – a graça corrija ao que a punição não conseguiria emendar (Santo Ambrósio).
Vai e não tornes a pecar!