4ª-feira da Semana Santa da Páscoa
1ª Leitura – Is 50,4-9a
Não desviei o rosto de bofetões e cusparadas.
(3º canto do Servo do Senhor)
Leitura do Livro do Profeta Isaías 50,4-9a 4
O Senhor Deus deu-me língua adestrada,
para que eu saiba dizer
palavras de conforto à pessoa abatida;
ele me desperta cada manhã
e me excita o ouvido,
para prestar atenção como um discípulo.
5 O Senhor abriu-me os ouvidos;
não lhe resisti nem voltei atrás.
6 Ofereci as costas para me baterem
e as faces para me arrancarem a barba:
não desviei o rosto
de bofetões e cusparadas.
7 Mas o Senhor Deus é meu Auxiliador,
por isso não me deixei abater o ânimo,
conservei o rosto impassível como pedra,
porque sei que não sairei humilhado.
8 A meu lado está quem me justifica;
alguém me fará objeções? Vejamos.
Quem é meu adversário? Aproxime-se.
9a Sim, o Senhor Deus é meu Auxiliador;
quem é que me vai condenar?
Palavra do Senhor.
Salmo – Sl 68, 8-10. 21bcd-22. 31. 33-34 (R. 14cb)
R. Respondei-me pelo vosso imenso amor,
neste tempo favorável, Senhor Deus.
8 Por vossa causa é que sofri tantos insultos, *
e o meu rosto se cobriu de confusão;
9 eu me tornei como um estranho a meus irmãos, *
como estrangeiro para os filhos de minha mãe.
10 Pois meu zelo e meu amor por vossa casa *
me devoram como fogo abrasador;
e os insultos de infiéis que vos ultrajam *
recaíram todos eles sobre mim! R.
21b O insulto me partiu o coração;+
21c Eu esperei que alguém de mim tivesse pena;*
21d procurei quem me aliviasse e não achei!
22 Deram-me fel como se fosse um alimento, *
em minha sede ofereceram-me vinagre! R.
31 Cantando eu louvarei o vosso nome *
e agradecido exultarei de alegria!
33 Humildes, vede isto e alegrai-vos: +
o vosso coração reviverá, *
se procurardes o Senhor continuamente!
34 Pois nosso Deus atende à prece dos seus pobres, *
e não despreza o clamor de seus cativos. R.
Evangelho – Mt 26,14-25
O Filho do Homem vai morrer,
conforme diz a Escritura a respeito dele.
Contudo, ai daquele que o trair.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 26,14-25
Naquele tempo:
14 Um dos doze discípulos, chamado Judas Iscariotes,
foi ter com os sumos sacerdotes
15 e disse: ‘O que me dareis se vos entregar Jesus?’
Combinaram, então, trinta moedas de prata.
16 E daí em diante, Judas procurava uma oportunidade
para entregar Jesus.
17 No primeiro dia da festa dos Ázimos,
os discípulos aproximaram-se de Jesus
e perguntaram: ‘Onde queres que façamos os preparativos
para comer a Páscoa?’
18 Jesus respondeu: ‘Ide à cidade,
procurai certo homem e dizei-lhe:
‘O Mestre manda dizer: o meu tempo está próximo,
vou celebrar a Páscoa em tua casa,
junto com meus discípulos’.’
19 Os discípulos fizeram como Jesus mandou
e prepararam a Páscoa.
20 Ao cair da tarde, Jesus pôs-se à mesa
com os doze discípulos.
21 Enquanto comiam, Jesus disse:
‘Em verdade eu vos digo, um de vós vai me trair.’
22 Eles ficaram muito tristes
e, um por um, começaram a lhe perguntar:
‘Senhor, será que sou eu?’
23 Jesus respondeu:
‘Quem vai me trair é aquele que comigo põe a mão no prato.
24 O Filho do Homem vai morrer,
conforme diz a Escritura a respeito dele.
Contudo, ai daquele que trair o Filho do Homem!
Seria melhor que nunca tivesse nascido!’
25 Então Judas, o traidor, perguntou:
‘Mestre, serei eu?’
Jesus lhe respondeu: ‘Tu o dizes.’
Palavra da Salvação.
Reflexão – Mt 26, 14-25
O amor que Deus tem por todas as pessoas nunca foi plenamente correspondido, pois sempre o pecado manifestou o desamor que o homem tem por ele. O episódio da traição de Judas nos mostra de um modo muito mais profundo esta verdade. O Filho, verdadeiro Deus, Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, por amor a nós, renuncia à sua condição divina e se faz homem, tornando-se um de nós. A resposta que ele encontra dos homens não é o amor, mas a traição e a morte. Mas nem mesmo esta realidade diminui o amor que Deus tem por nós, uma vez que, por amor, Jesus nos dá livremente a sua vida.
Fonte: CNBB