2º. Domingo do Tempo Comum – Ano C

Homilia – 2º. Domingo Comum C, 2019

O mestre-sala experimentou a água, que se tinha transformado em vinho.

Ele não sabia de onde vinha, mas os que estavam servindo sabiam. – Jo 2,8

O primeiro sinal de Jesus é realizado na confraternização de uma família, entre pessoas amigas, na festa de um casamento. São João Evangelista não chama este fato extraordinário de milagre, nem de prodígio, mas de sinal. É chamado sinal porque não tem o fim em si mesmo, mas aponta para algo além do que podem ver os nossos olhos.

O sinal Jesus envolveu muita gente para realiza-lo: estavam Maria, os vários serventes, os noivos, o mestre de cerimônia, os convidados da festa.

As pessoas envolvidas nesta festa e neste sinal traziam consigo os costumes próprios da época e da religiosidade judaica. Não podemos esquecer a desorganização do mestre de cerimônias que deixou faltar vinho – até em nossas atrapalhadas Deus acha um jeito de derramar a sua graça. E diante disso tudo a orientação de Maria que conduziu à tomada de decisão em ouvir a palavra de Jesus: a festa não pode acabar, façam o que ele vos disser (Jo 2,5).

Ouvir a palavra de Jesus e colocá-la em prática é tomar a decisão de que a festa não pode acabar. E não estamos falando apenas do congraçamento, do “bailinho de casamento” ou da “comilança”. Estamos falando da festa da vida, da festa da salvação. O sinal vai além do que nossos olhos podem enxergar. O essencial é invisível aos olhos. Só se enxerga bem com os olhos do coração (Saint-Exupery, in Pequeno Príncipe).

É tão bom e tão bonito quando entendemos que com Jesus nos tornamos corresponsáveis pela festa da vida, pela festa da salvação. A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum (1Cor 12,7): cada pessoa com o seu dom, com o seu talento, respondendo aos tantos ministérios e atividades na comunidade e na sociedade transformam a realidade da vida em todas as dimensões.

É tão bom e tão bonito quando acordamos para a vida em Cristo e percebemos que através da nossa adesão ao Evangelho de Jesus fazemos deste um mundo melhor, e respondemos à vocação de sermos a alegria de Deus (cf. Is 62,5).

Nesta vida não sejamos meros degustadores do vinho melhor. Nos tornemos os que com Jesus assumem o compromisso batismal de passar da água da purificação para o vinho da salvação.

Com nossas palavras cantemos ao Senhor Deus um canto novo e com nossas atitudes manifestemos os prodígios de Deus entre os povos.

Deus conta contigo e comigo! Façamos tudo o que ele nos disser.

Pe. Celmo Suchek de Lima

18 de janeiro de 2019